Raimundo Balaio -, fabricante de cestos de Urbano Santos- MA. |
Há exatamente 180 anos atrás – em 13 de dezembro de 1838, no Vilarejo de Manga do Iguará – freguesia de Vargem Grande – interior do Maranhão. Vaqueiros armados empregados de Padre Inácio Mendes do Mearim (Bem-ti-vi), comandados por Raimundo Gomes Jataí, atacam a cadeia da comunidade para soltar o irmão que teria sido preso injustamente por vias de questões políticas.
"Rio Mocambo", em Urbano Santos -, local por onde os Balaios passaram em direção à Vila de Chapadinha. |
A ação rebelde incomodara os conservadores, coronéis, latifundiários e a polícia, mais tarde o Exercito Nacional. Surgia ali por consequência de outros fatos e reivindicações de liberdade dos sertanejos, camponeses, ARTESÃOS, índios e escravos do interior do estado. Uma sublevação, guerrilha camponesa... Insurreição conhecida por Guerra da Balaiada, reunindo um forte exército popular de caboclos; que se dividiam em destacamentos na região nordeste do interior do Maranhão – atravessando o Rio Parnaíba até o Piauí. Eles estavam dispostos a lutar pelos seus direitos – precisariam de um estopim que de fato acontecera naquele dia. Enfrentaram quatro anos de batalhas entre perdas e vitórias, pulando valas, se escondendo em quilombos, trincheiras nas beiras dos rios e acampamentos montados nos confins das florestas. Com o tempo e diga-se de passagem, o apoio casual dos Bem-ti-vis, conquistaram as cidades de Brejo e Caxias. Infelizmente foram derrotados e conquistados pelas forças legalistas do estado repressor daquela epoca. A Balaiada é uma das mais ou talvez a mais importante das insurreições da época do Governo Regencial no Brasil. Os feitos de seus líderes, o pensamento de libertação com relação aos setores oligarcas, neoliberais, fundiários e escravocratas, ainda se encontra engavetado; uma vez que a história teve suas controvérsias, sendo ela escrita pela própria burguesia – e pelos que venceram. Por isso nesses 180 anos da Revolta saudamos as figuras emblemáticas de Raimundo Gomes, Francisco Manoel dos Anjos – O Balaio e o Professor Negro Cosme - de Lagoa Amarela. Avante Balaios da atualidade.
José Antonio Basto