quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

SINFONIA PRA VIVER





 A orquestra da vida corre ao longe,
Nos loureis da morte que convém...
Morrer que este mundo é um paraíso
E sobre uma lájea fria os olhos diz amém.

Quero viver, pois a música se espalha,
Aos ramos da natureza sorridente,
Sonhos de esperanças no panteon da glória
São coroas de ciprestes feitas de sementes.

Num deserto estridente o sol feroz,
Descalço na resistência sigo avante...
Confuso nessa madrugada intensa
Passando sobre um rio avisto a pobre ponte!

A vida e o esquife contrariam-se no tabuleiro
Jogando um vencedor aplaude com alegria
Sinfônico é esse som que escuto entre o tempo
Em versos de humildades nos braços da poesia.

José Antonio Basto
30/01/2014

“Como podemos entender a vida, se a vida é um mistério até então nunca desvendado? Na verdade não teria graça nenhuma se a gente entendesse a vida. Pois ela foi feita para ninguém entendê-la mesmo. A incógnita e o paradoxo se completam nos breves caminhos do viver a vida.”

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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014


Como entender o amor?

Certa vez um pensador afirmou dizendo: “O Amor é um sentimento tão delicado, que às vezes nos contentamos só com a ilusão de que ele existe." Mas na realidade o que é o amor? O que é esse sentimento que desde tempos bem remotos os poetas lhe escolhe como tema de suas canções? É algo que nunca envelhece? Na antiguidade, por amor muitas pessoas foram capazes de crimes, de suicídios... de duelos; em fim. Um dia, determinada mulher foi capaz de despertar uma paixão entre dois homens, episódio esse que transformou-se  numa batalha entre duas nações: “A Guerra de Tróia por Helena.” Pois o amor é tudo isso mesmo... uma coisa inexplicável que ninguém pode entender e, nem devemos na verdade.
          Um poeta que não canta o amor não merece a essência da poesia, pode até ser melancólico e meloso falar disso em pleno tempo moderno, mas é por essa vertente que deve-se conservar a magnitude que vem guiando a humanidade há séculos, o (AMOR). As vezes tantas são as pessoa que tem vergonha de se declarar à outra, como por exemplo um rapaz que gosta de certa moça ou vice-versa, isso com o decorrer do tempo vai machucando num ritmo até incontrolável deixando portanto o psicológico doente e sem forças. Os seres humanos poderiam ser diferentes quando se trata desse caso... deveriam serem mais diretos e eficazes, ao contrário dos animais irracionais que aproximam-se uns dos outros quando sentem alguma atrasão. O ser racional por entender deveria desenvolver suas manifestações mais convictas e não com arrodeios como sempre acontece, mas deve-se entender que nunca foi e jamais será fácil declarar-se a alguém, precisa-se de forças e acima de tudo palavras verdadeiras, o que não acontece. Não sei porque quando um casal começa um romance tudo é maravilhas, tudo é rosas, os dois vivem num mundo de ilusão e ainda mais, quando são adolescentes, o apego à pessoa amada é normal, sempre foi, mas o mundo de fantasia é maior do que a razão, motivo pelo qual muitos casais se separam após alguns dias do casamento, mas porque? Tiveram tanto tempo para se conhecerem? Na verdade ninguém conhece ninguém, um namoro pode passar cinco ou dez anos, mas a vida conjugal é diferente de todos esses anos passados; é o dia-a-dia: as brigas, discussões, desavenças, paz, carinho... desilusão. Nem sempre acordamos para aquilo que é real, deixamos ser levados pela emoção, sorte, destino... o que fazer com a frustração ou felicidade para sempre? A vida sempre nos mostra dois caminhos, só resta escolher para que lado iremos. A obsessão é outro caso a ser tratado nessa matéria de amor. Uma pessoa obcecada sente amor ou paixão? Qual é a diferença entre as duas coisas? Então muitas delas deixam de serem felizes por subjugar-se à outra, nesse sentido o individuo não pensa em si, acha que se houver um fim no relacionamento nada mais valerá a pena. Um grande erro. Pois o poeta Fernando Pessoa afirmou que “tudo vale a pena quando a alma não é pequena,” e a Bíblia sagrada deixa bem explicito que o amor acaba, quando há traições e não é correspondido.
          Acentua-se agora nessa fase final um parágrafo imprescindível e de suma importância que o amor traz sim forças pra lutar. Quando se ama de verdade as pessoas são curadas de males, são capazes de ultrapassarem crises, barreiras... avalanches. O amor ou por amor é capaz de tudo, seja pelo bem ou pelo mal. Os sentimentos envolvidos nas mais difíceis veredas do coração são recompensados na razão de amar. O amor é o alicerce que assegura a alma humana, não importa a maneira ou jeito de como ele aparece nos corações humanos, decerto confirma-se que o amor é algo que não se sabe nem de onde vem e nem para onde vai, alguém disse uma vez “amar sem ser amado é o verdadeiro amor”. O amor está no vento, na água, no fogo, no mar, no céu... o amor está nas palavras, nos atos, na sinceridade, na verdade... na coragem, no desafio, na tristeza e no silencio. O amor está e sempre esteve em nossas vidas em nossos corações.
                                                                                                             
                                                                                                                       José Antonio Basto
                                                                                                                       Poeta
                                                                                                                       06/01/2014

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014


Boa noite, ó senhora!

I
O meu peito clama por ti
E pede para insistir
Uma chama que me apavora
Soluços da solidão
Apertou meu coração
Boa noite, ó senhora.

II
Lembras do nosso amor?
O que resta agora é dor!
Porque não te tenho mais,
Minha sorte é o futuro
Te amando atravessei muros
Fui desgraçado voraz.

III
Receba meu boa noite
Coberto de sangue e açoite
De recordação o estandarte,
Foste a única dos meus sonhos
Em sentimentos medonhos
A musa de minha arte.

IV
Viajei no firmamento
Em pântanos de sofrimentos
Das lágrimas que derramei
Por ti é que venho sofrendo
E ninguém me entendendo
Os dias que eu chorei.

V
Não quero dinheiro nem ouro
Do mundo nenhum tesouro,
Nem o céu, a terra... o mar
Amar-te apenas eu quero
Somente a ti fui sincero...
Mas pode me deixar!

VI
Meu grito ecoa no infinito
Da prata ao cobre... o granito,
As forças do coração –
- Canto pra ti minha amada,
Sombra da luz consagrada
Louco fui -, peço perdão!

VII
Perdoa por não ter lutado
Num duelo de reinado
Minha espada embainhada!
O mundo pode girar,
E tudo enquanto mudar
E o que valeu não valer nada.

VIII
Fique com esta minha lira
Um poema me inspira
Já vou! Retine a espora...
Disparo como um trovão,
Nas rédeas do coração
Boa noite, ó senhora.

 José Antonio Basto
04/01/2014





sexta-feira, 3 de janeiro de 2014


No clarear desta manhã
(soneto)


A lembrança correu em m`alma com alegria
Quando apareceu teu retrato novamente,
A cotovia cantou repetidamente...
E o rouxinol na janela anuncia o novo dia.


Olho para o jardim da janela que recria,
O cenário pecaminoso da maçã que a serpente
Te deu, mas o amor tomou conta de sua mente,
E do meu pensamento a voz... a poesia...


Talvez romântico fui e, sou por pura natureza,
Tu me fizeste assim, ó minha doce amada!
O coração chora nesse drama com pureza,


Em tantas vezes senhora meus versos comparada,
O tempo passa e mais e mais a desgraça da certeza...
No clarear desta manhã ficaste consagrada.


José Antonio Basto
03/01/2013