segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

COMUNIDADES TRADICIONAIS PELA SOBERANIA, SEGURANÇA ALIMENTAR E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL


ação ambiental -, comunidade São Raimundo - Urbano Santos
Comunidades tradicionais como o São Raimundo - zona rural do município de Urbano Santos, região do Baixo Parnaíba maranhense, ensina e valoriza suas técnicas tradicionais na agricultura e na culinária popular, que varia dos produtos extrativistas tirados das chapadas como o bacuri e um almoço de pato caipira com leite de côco babaçú. A segurança alimentar destas comunidades são importantes para a saúde de seus moradores que contradiz o modelo de produção agroexportador com seus produtos tóxicos prejudiciais a saúde das populações tradicionais da fauna e da flora. A ideia de se preservar o que se tem, o que as florestas e as águas oferecem são bandeiras do movimento social em defesa da biodiversidade pela soberania dos seus povos: caboclos, quilombolas, ribeirinhos e chapadeiros. O grande problema é que as áreas de conservação, preservação, cultivos e manejos das nossas comunidades estão sendo ameaçadas pelo agronegócio, principalmente a monocultura do eucalipto e da soja. As comunidades rurais são as verdadeiras donas dos seus territórios livres, elas devem ocupar e proteger esse território, sendo que precisam diretamente dos recursos naturais que a natureza tem.
bacurizeiro da comunidade Bom Princípio - Urbano Santos
Estes povoados estão no mapeamento das áreas de conflitos na luta pela posse e uso da terra. Existem processos fundiários no INCRA e no ITERMA que se arrastam há décadas e as associações esperando seu título, em meio a isso enfrentam no dia-a-dia os entraves dos conflitos, seja com latifundiários, seja com grupos empresariais. Entendemos que o atual modelo de desenvolvimento rural e agrícola do Brasil está passando por uma transição. O desafio é superar a dicotomia entre produção e proteção ambiental, por meio da integração dos objetivos e instrumentos das políticas ambientais e agrícolas dentro do marco geral do desenvolvimento sustentável.
abacaxi -, comunidade Sucupira - Anapurus 
Fazer a transição para o desenvolvimento rural sustentável depende da motivação e construção de consensos, mediados por uma relação democrática e com diálogo entre a política ambiental e as populações rurais. A transição para a sustentabilidade do rural é entendida e conduzida como parte estruturante do projeto de desenvolvimento nacional em curso, cujo objetivo central é assegurar o crescimento econômico com redução das desigualdades sociais, da pobreza e da fome, com conservação dos recursos naturais e da capacidade produtiva dos ecossistemas. Partindo da conjutura nacional, as comunidades tradicionais são definidas d
e acordo com o estabelecido Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, que diz em sua redação: "São grupos culturalmente diferenciados e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.
cajueiro da comunidade São Raimundo - Urbano Santos
As ações voltadas aos povos tradicionais são instituídas através do Governo Federal para o crescimento dessas comunidades com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável dos Povoados, com ênfase no reconhecimento, fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais, econômicos e culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas de organização e suas instituições. Por isso entende-se que esse conjunto de
tradições, práticas e costumes ajudam a compor capítulos importantes da história de formação e modos de sobrevivências destes povos, as comunidades rurais do Baixo Parnaíba. 

José Antonio Basto
Militante em Defesa dos Direitos Humanos e da Vida
e-mail: bastosandero65@gmail.com
(98) 98607-6807

 

 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

COMUNIDADES TRADICIONAIS PELA SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR


pato ao leite de côco - pov. São Raimundo
Comunidades tradicionais como o São Raimundo - zona rural do município de Urbano Santos, região do Baixo Parnaíba maranhense, ensina e valoriza suas técnicas tradicionais na agricultura e na culinária popular, que varia dos produtos extrativistas tirados das chapadas como o bacuri e um almoço de pato caipira com leite de côco babaçú, a exemplo deste da imagem. A segurança alimentar destas comunidades são importantes para a saúde de seus moradores. A ideia de se preservar o que se tem, o que as florestas e as águas oferecem, são bandeiras do movimento social em defesa da biodiversidade pela soberania dos seus povos: caboclos, quilombolas, ribeirinhos e chapadeiros. O grande problema é que as áreas de conservação, preservação e cultivos e manejos das nossas comunidades  estão sendo ameaçadas pelo agronegócio; principalmente a monocultura do eucalipto e da soja. Os trabalhadores rurais das comunidades tradicionais são as verdadeiras donas dos seus territórios livres e elas precisam ocupar e proteger, pois elas precisam diretamente dos recursos naturais que a natureza tem. Estas comunidades estão no mapeamento das áreas de conflitos na luta pela posse e uso da terra em nossa região, existem processos fundiários no INCRA e no ITERMA que se arrastam há décadas, pode-se entender que as tradições, práticas e costumes das comunidades ajudam a compor capítulos importantes da história de formação e modos de sobrevivências dos nossos povos rurais. 

José Antonio Basto

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A PRODUÇÃO ALTERNATIVA DAS COMUNIDADES DAS CHAPADAS E DOS BREJOS NA REGIÃO DO BAIXO PARNAIBA MARANHENSE




família camponesa descascando mandioca, comunidade Baixa Grande - U. S
Elas sempre foram independentes! Elas sobreviveram séculos e séculos vivendo do extrativismo e da agricultura familiar nos seus manejos tradicionais. A mandioca para a fabricação de farinha e bejú remonta os períodos milenares destes povos. Os trabalhos eram ensinados de pai para filho, o pai ensinava seu filho a caçar, pescar, fazer armadilhas como o quebra, a arapuca, quixós e jiquis... assim, construindo um laço cultural de ensino-aprendizagem; a mãe ensinava suas filhas a pescar nas lagoas, nos igarapés, fabricar instrumentos de pesca como o landuá e tarrafas de linho de tucum. Os camponeses e ribeirinhos viviam em comunhão nesse território livre. Para entendermos esses processos, essas comunidades são livres, mas para manter suas sobrevivências e reproduções elas precisam diretamente dos recursos naturais como terra e água. E são esses recursos que infelizmente estão ameaçados pelo agronegócio, das plantações de eucaliptos aos grandes campos de soja com seus venenos prejudiciais para os povos tradicionais residentes nos povoados e para toda fauna e flora do Baixo Parnaíba. O bacuri como fruto especial das comunidades das chapadas é o cartão postal do território. Já atinge um valor significativo de sua polpa pelo fato de sua escassez, que por ventura essa é gerada pelo desaparecimento da árvore frutífera.
projeto de galinha caipira -, comunidade Santa Rosa - U.S
Além do bacuri das áreas altas e o pequi, os camponeses também tiram seus sustentos das regiões dos brejos como o buriti, juçara, najá, marajá e outros. A maioria das comunidades rurais no Baixo Parnaíba são localizadas nas beiras dos rios para facilitar a pesca e água para banhar e lavar. Mas as cabeceiras desses rios e riachos estão secando, vítimas diretas do impacto ecológico das monoculturas com seus meios de produção agressoras para o meio ambiente. Precisa-se de ações governamentais e das próprias populações para a MANUTENÇÃO DAS RESERVAS DE PRODUÇÃO ALTERNATIVA. As Reservas Extrativistas (Resex’s) são unidades importantes de conservação da biodiversidade pertencentes a um grupo de uso sustentável, ou seja, são espaços territoriais protegidos por lei. Elas têm como objetivos básicos e essenciais proteger os meios de vida e a cultura das populações tradicionais existentes nesses espaços, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais dessas unidades, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de pequenos animais. Nossas chapadas e brejos transformadas em Reservas Ecológicas Extrativistas pode ser desenhada como um modelo crítico aos desmatamentos crescentes ocorridos em nossa Região, transformando as áreas de florestas, buritizeiros e chapadas ricas em campos de produção, contrapondo ao modelo capitalista de desenvolvimento predatório e concentrador de riquezas adotado pelo Brasil desde 1970.

babaçu - comunidade Santa Maria - U. S
A economia gerada numa Resex não pode ser vista como de grande escala, capaz de concorrer com o mercados adotados pelo capitalismo. As comunidades do Território do Baixo Parnaíba vem produzindo desde tempos bem remotos uma economia voltada à sustentabilidade das populações tradicionais aqui residentes, que, se bem organizada e trabalhada de forma coletiva, elas podem ter um cardápio de várias possibilidades que a floresta oferece como: polpa de bacuri, pequi, óleos, resinas medicinal, látex, sementes ceroulas e etc. Tudo isso trata-se de um berço de experiência na gestão cultural e ambiental não apenas no Baixo Parnaíba Maranhense, mas em todos os territórios do Maranhão e do país.


José Antonio Basto
Militante em Defesa dos Direitos Humanos e da Vida
e-mail: bastosandero65@gmail.com
(98) 98707-6807