ação ambiental -, comunidade São Raimundo - Urbano Santos |
Comunidades
tradicionais como o São Raimundo - zona rural do município de Urbano Santos,
região do Baixo Parnaíba maranhense, ensina e valoriza suas técnicas
tradicionais na agricultura e na culinária popular, que varia dos produtos
extrativistas tirados das chapadas como o bacuri e um almoço de pato caipira
com leite de côco babaçú. A segurança alimentar destas comunidades são
importantes para a saúde de seus moradores que contradiz o modelo de produção
agroexportador com seus produtos tóxicos prejudiciais a saúde das populações
tradicionais da fauna e da flora. A ideia de se preservar o que se tem, o que
as florestas e as águas oferecem são bandeiras do movimento social em defesa da
biodiversidade pela soberania dos seus povos: caboclos, quilombolas,
ribeirinhos e chapadeiros. O grande problema é que as áreas de conservação,
preservação, cultivos e manejos das nossas comunidades estão sendo ameaçadas
pelo agronegócio, principalmente a monocultura do eucalipto e da soja. As
comunidades rurais são as verdadeiras donas dos seus territórios livres, elas devem
ocupar e proteger esse território, sendo que precisam diretamente dos recursos
naturais que a natureza tem.
Estes povoados estão no mapeamento das áreas de
conflitos na luta pela posse e uso da terra. Existem processos fundiários no
INCRA e no ITERMA que se arrastam há décadas e as associações esperando seu
título, em meio a isso enfrentam no dia-a-dia os entraves dos conflitos, seja
com latifundiários, seja com grupos empresariais. Entendemos que o atual modelo
de desenvolvimento rural e agrícola do Brasil está passando por uma transição.
O desafio é superar a dicotomia entre produção e proteção ambiental, por meio
da integração dos objetivos e instrumentos das políticas ambientais e agrícolas
dentro do marco geral do desenvolvimento sustentável.
Fazer a transição para o
desenvolvimento rural sustentável depende da motivação e construção de
consensos, mediados por uma relação democrática e com diálogo entre a política
ambiental e as populações rurais. A transição para a sustentabilidade do rural
é entendida e conduzida como parte estruturante do projeto de desenvolvimento
nacional em curso, cujo objetivo central é assegurar o crescimento econômico
com redução das desigualdades sociais, da pobreza e da fome, com conservação
dos recursos naturais e da capacidade produtiva dos ecossistemas. Partindo da
conjutura nacional, as comunidades tradicionais são definidas de acordo com o estabelecido Decreto nº 6.040, de 07 de fevereiro de
2007, que diz em sua redação: "São grupos culturalmente diferenciados e
que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social,
que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua
reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando
conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.
As
ações voltadas aos povos tradicionais são instituídas através do Governo
Federal para o crescimento dessas comunidades com o objetivo de promover o
desenvolvimento sustentável dos Povoados, com ênfase no reconhecimento,
fortalecimento e garantia dos seus direitos territoriais, sociais, ambientais,
econômicos e culturais, com respeito e valorização à sua identidade, suas formas
de organização e suas instituições. Por isso entende-se que esse conjunto de tradições, práticas e costumes ajudam a compor capítulos
importantes da história de formação e modos de sobrevivências destes povos, as
comunidades rurais do Baixo Parnaíba.
bacurizeiro da comunidade Bom Princípio - Urbano Santos |
abacaxi -, comunidade Sucupira - Anapurus |
cajueiro da comunidade São Raimundo - Urbano Santos |
José Antonio Basto
Militante em Defesa dos Direitos Humanos e da Vida
e-mail: bastosandero65@gmail.com
(98) 98607-6807
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