quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Puba: matéria prima da farinha que nos alimenta

"Puba no giral" (comunidade Baixão dos Loteros)
A puba é a mandioca amolecida em cima do giral pronta para ser levada ao banco do caititú para a trituração. A massa é extraída da mandioca fermentada e tradicionalmente utilizada na produção de (farinha de puba), além de bolos, biscoitos e diversas outras receitas típicas do norte e aqui do nordeste brasileiro. O processo de obtenção da puba consiste em deixar a mandioca de molho num recipiente com água, antigamente se utilizava os chamados “pubeiros” - um espaço cercado de madeira ou palhas de côco babaçú no rio, lagoa ou riacho. Atualmente os tradicionais pubeiros foram substituidos por tanques fabricados de cimento. No final desse período a mandioca deverá estar mole. Deve-se então escorrer a água e lavar abundantemente a mandioca ralando-a em seguida. Com a mandioca ralada, deve-se escorrer completamente o líquido nos tapitis, a massa seca é peneirada e jogada no forno aquecido para então se transformar em farinha. Dois forneiros fazem o serviço: um passa a massa, o outro seca a farinha, este é o momento do “apuramento”.
"Farinha no cocho" (Comunidade Baixão)
A farinha antigamente era empaneirada nos côfos, agora se embala o produto em sacas, com medidas de 75 litros em cada saca.  
O Município de Urbano Santos no Leste Maranhense já foi líder na fabricação de farinha. Nos anos 70, 80 e 90, saia de nossa região muitas carradas de paneiros e sacas de farinha de puba para a venda em outras cidades do Estado e principalmente para a comercialização na Capital São Luís. A farinha produzida no Município de Urbano Santos era conhecida nesse tempo como especial, bem amarela e sequinha. Em alguns casos os seus fabricantes adicionavam à massa manteiga e côco da praia, para dar um sabor muito mais irresistível. Muitas comunidades da zona rural viviam da produção de farinha, que tem sua fase inicial no mês de Julho indo até final de Novembro. A cultura de fabricação artesanal de farinha é a que predomina nas comunidades rurais, essa técnica não prejudica o meio ambiente, pois a tradição vem se perpetuando desde muitos séculos. A farinha sempre foi a base da alimentação.

José Antonio Basto
e-mail: bastosandero65@gmail.com



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