"Puba no giral" (comunidade Baixão dos Loteros) |
A puba é a mandioca amolecida em
cima do giral pronta para ser levada ao banco do caititú para a trituração. A
massa é extraída da
mandioca fermentada e tradicionalmente
utilizada na produção de (farinha de puba), além de bolos, biscoitos e diversas
outras receitas típicas do norte e aqui do nordeste brasileiro. O processo
de obtenção da puba consiste em deixar a mandioca de molho num recipiente com
água, antigamente se utilizava os chamados “pubeiros” - um espaço cercado de
madeira ou palhas de côco babaçú no rio, lagoa ou riacho. Atualmente os
tradicionais pubeiros foram substituidos por tanques fabricados de cimento. No
final desse período a mandioca deverá estar mole. Deve-se então escorrer a água
e lavar abundantemente a mandioca ralando-a em seguida. Com a mandioca ralada,
deve-se escorrer completamente o líquido nos tapitis, a massa seca é peneirada
e jogada no forno aquecido para então se transformar em farinha. Dois forneiros
fazem o serviço: um passa a massa, o outro seca a farinha, este é o momento do
“apuramento”.
A farinha antigamente era empaneirada nos côfos, agora se embala
o produto em sacas, com medidas de 75 litros em cada saca. O Município de Urbano Santos no Leste Maranhense já foi
líder na fabricação de farinha. Nos anos 70, 80 e 90, saia de nossa região muitas
carradas de paneiros e sacas de farinha de puba para a venda em outras cidades
do Estado e principalmente para a comercialização na Capital São Luís. A
farinha produzida no Município de Urbano Santos era conhecida nesse tempo como
especial, bem amarela e sequinha. Em alguns casos os seus fabricantes
adicionavam à massa manteiga e côco da praia, para dar um sabor muito mais
irresistível. Muitas comunidades da zona rural viviam da produção de farinha,
que tem sua fase inicial no mês de Julho indo até final de Novembro. A cultura
de fabricação artesanal de farinha é a que predomina nas comunidades rurais,
essa técnica não prejudica o meio ambiente, pois a tradição vem se perpetuando
desde muitos séculos. A farinha sempre foi a base da alimentação.
"Farinha no cocho" (Comunidade Baixão) |
José Antonio Basto
e-mail: bastosandero65@gmail.com
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