Algum dia o tempo
passava pelas veredas do sertão do Baixo Parnaíba, no Maranhão, nos mais longínquos
terrenos, nas chapadas centenárias de um povo que sabe de onde veio e para onde
vai; gravou-se então um capítulo importante da história de conflitos, desavenças
fundiárias pela posse da terra. A região ficava entre duas comunidades amigas
que entre si tinham o senso comum dos tempos de guerras. As lutas do cerrado
são as lutas pela sobrevivência onde o mais forte sempre vence; mas a
coletividade sempre venceu quaisquer batalhas – desafiando sistemas e ocupando
territórios de direito, porque as bandeiras e estandartes sombreiam os caminhos
dos oprimidos!
O cerrado lutava por um novo tempo, mesmo
sem falar - sentia o gosto do fel em sua garganta por tantos desacatos à sua
natureza, reivindicava em seu campo a chuva que há muito tempo não a via. Ela
falava e cantava, rangia os dentes sobre o vento que levava seu canto matinal. Os
frutos que botara em outros tempos já não tem o mesmo sabor dos tempos certo.
O cerrado lutava como guerreiro de
combate, sonhava também com novos tempos de esperança; cansado pensou de não
lutar mais. Alguém os ajuda, as leis... papéis, decretos... a fumaça da pólvora!
Em fim, gritou![...] Em um mundo infinito pelas veredas da justiça, baixões,
chapadas e brejos. O cerrado lutava... algum dia não mais lutara! Continua
lutando.
José Antonio Basto
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