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José Antonio Basto - "análise de conjuntura sobre a situação fundiária |
O sangue derramado
na Santa Rosa, ameaças e desacatos aos direitos humanos contra os trabalhadores
rurais por parte do latifúndio não amedrontou e jamais amedrontarão as
comunidades que lutam pela posse de suas terras, sobretudo suas liberdades. A “Caminhada pela liberdade, justiça e paz, do
Bacabal à Santa Rosa” - foi um grito de alerta para os participantes:
lideranças comunitárias e presidentes de associações do nosso IV SEMINÁRIO AGRÁRIO DO STTR que
aconteceu nos dias 26 e 27 de janeiro de 2016, sediado nestes povoados, mapeados
como áreas de conflitos na Região do Baixo Parnaíba Maranhense. Os trabalhos começam com uma mística de
abertura e apresentação dos convidados de 12 comunidades do município de Urbano
Santos: Boa União, Baixa Grande, Sítio
do Meio, Serraria, São Raimundo, Buenos Aires, Bebedouro, Cocal do Zeca Costa,
Cajueiro, Cajazeiras, Bacabal e Santa Rosa. Eu como funcionário e
colaborador de formação do STTR – apresentei uma análise de conjuntura sobre as
áreas de conflitos fundiários e socioambientais no Baixo Parnaíba, para que os
trabalhadores rurais tomassem conhecimentos de seus direitos e independências
no território, afinando-se nas questões do mapeamento das famílias ameaçadas em
suas áreas agrícolas -, informações de um documento levantado pelo FDBPM em
2015 que já apresentava 78 situações de conflitos, envolvendo diversas
comunidades, inclusive a Santa Rosa.
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trabalhos em grupo |
Até o momento, foram identificadas 8.104
famílias em 14 municípios, na região da Diocese de Brejo, que encontram-se
nessa situação de risco, vítimas de violência e desacatos por parte de
grileiros, grandes empresas e latifundiários. Na sequencia foi apresentado os “Projetos e ações do Fórum Carajás” na
pessoa do jornalista Mayron Regis, como galinheiros, projetos sustentáveis de
manejo do bacuri e outros frutos do cerrado, além de uma breve avaliação sobre
a luta dos camponeses (as) em defesa de suas terras, problemas de impactos
sociais e socioambientais praticados principalmente pela Empresa Suzano Papel e
Celulose. Ao meio dia veio um almoço saudável acompanhado de suco de bacuri colhidos
naquelas belas chapadas que até no momento estão intactas e protegidas, mas
também ameaçadas indiretamente pelo eucalipto que já mora não tão longe dali. A
tarde foi à divisão e elaboração dos trabalhos em grupo – para que os
participantes colocassem suas ideias e desejos em prática, finalizando as
tarefas do dia com as apresentações desses trabalhos e uma avaliação e
encaminhamentos do primeiro momento. No segundo dia começou cedo com a
“Caminhada”, passando pelo local
onde as casas foram queimadas e destruídas a mando do latifúndio, no final do
percurso ouve alguns depoimentos das vítimas que ainda sofrem pressões
psicológicas e vivem com medo do acontecido. Na sequência, os trabalhadores
voltaram para o barracão, local do evento, para as atividades que pontuou-se na
proposta de “Lei de proibição de
destruição do cerrado”.
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apresentação dos trabalhos |
Após essa página foi a vez de apresentação da “Política do MATOPIBA” e ações dos
trabalhos da COOPRAMA nas áreas do Crédito Fundiário com alternativas para o
desenvolvimento das comunidades tradicionais, ministrado e explanado por Romiro
Marques (Técnico coordenador do Crédito Fundiário na Região), teve a
participação da plateia no que se diz respeito a perguntas e dúvidas que foram
tiradas. O evento finalizou ao meio dia com os encaminhamentos finais: “Proposta
de audiências públicas nas
comunidades, principalmente as mais atingidas pelo agronegócio com o intuito de
discutir o processo de Lei de proibição de desmatamento do cerrado; valendo
ainda uma discussão mais ampla, não apenas na questão da destruição do cerrado
(chapadas) para o plantio de monocultivos, mas a proteção dos espaços sociais
das comunidades, a conquista de mais terras, regularização fundiária e
titulações, acentuado os desacatos sociais, morais e culturais destas
comunidades como o assassinato de animais domésticos e de trabalho dos camponeses:
(jumento, cavalo, gado, burro e etc), pois os trabalhadores precisam manter
suas práticas tradicionais de sobrevivência e reprodução social.
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almoço comunitário |
Outro ponto
foi sobre as informações da existência do Conselho Municipal de Desenvolvimento
Rural Sustentável, sendo este uma entidade de direito formada com integrantes
de entidades sociais como o STTR, associações Comunitárias, pastorais sociais,
Igreja Católica e evangélicas e setores da sociedade civil organizada. O
seminário foi proveitoso e todos os pontos serão colocados em prática.
Precisa-se reerguer as lutas em defesa dos direitos humanos no Baixo Parnaíba.
Viva a Reforma Agrária com paz, justiça e liberdade.
José
Antonio Basto
Militante pela Reforma Agrária
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