Meus rios estão
secando,
Pássaros já não
voam mais
Terra e água é só
veneno!
Que desgraça! Essa situação
Em que me
colocaram,
Meu povo chora com
fome
Porque o
agronegócio não nos
Oferece nada...
nada!
A miséria é demais!
As grotas e lagoas não
tem mais peixes,
Os rios nem se
falam!
Cadê o tatu das
chapadas?
Cadê o peba e a cotia?
Cadê os bacuris e
pequis?
Cadê a mangaba?
Cadê toda fauna e
flora?
Tudo desapareceu!
Os correntões
levaram, devastaram...
Não vejo mais nada,
nada vejo...
Minha natureza em
tempos de outrora,
Nessa louca
alucinação
E ganancia pelos
lucros
De expropriação das
terras
Com o eucalipto e a
soja aqui no Baixo Parnaíba
Infelizmente parece
que
Todo mundo vai
morrer a míngua
Na verdade não
parece... é pura realidade mesmo,
No mesmo campo
haveremos de expirar
Porque está faltando
água para todo mundo
Aqui e em lugares
distantes
As doenças crescem
a cada dia
A biodegradação
também
Em seu além-mar...
Não consigo
respirar!
Em meio a todo esse
processo
De destruição e
avassalação da vida;
De desacato aos
direitos humanos...
De impacto
ambiental
Sem respeito a
biodiversidade
E a ecologia...
Precisamos acordar,
Entender e
sobretudo sonhar
Nesse grito que
ecoa
De que UM OUTRO MUNDO SERÁ POSSÍVEL!
José Antonio Basto
- Nas palavras do cerrado do Baixo Paraíba Maranhense
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