quinta-feira, 9 de abril de 2015

PEÇAS DO ENGENHO, ALAMBIQUE E CAPELA DA FAZENDA BOA UNIÃO, MUNICÍPIO DE URBANO SANTOS, BAIXO PARNAIBA MARANHENSE.


capela da comunidade
Remontando o período ali do final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, o ciclo das fazendas no Leste Maranhense – território conhecido como Baixo Parnaíba, ajuda, portanto a desenvolver um entendimento na atualidade sobre a importante página da história do Maranhão. Assim como a Fazenda Palmira e algumas coisas incomuns com a Fazenda Bom Fim, velha Fazenda São José (Mangabeira Bacelar) e muitas outras da região. A Boa União foi grande produtora de rapadura, cachaça de cana, tiquira, farinha e açúcar naquela época. A fazenda está localizada próxima ao rio Preguiças, fato que se entende pela fartura de pastos (capins) para o gado, matas para a extração de madeira e a facilidade de água para os trabalhos. Segundo o Sr. João Lucrécio – um dos moradores mais antigos do lugar, o mesmo contara que alcançou seu avô dizendo que a Boa União produzia açúcar em grande quantidade e exportava o produto para outros lugares inclusive para São Luís, o carregamento se dava por meio de lobos de burros e carros de boi. A casa grande e a capela como sempre, tinha o controle senhorial dos proprietários, as atividades e a economia eram administradas pelos mesmos. Hoje em dia ainda restam peças como essas das imagens acima e muitas outras que já estão em processo de decomposição, acho que esse material deveria ser guardado como registro de uma memória que poderá cair no esquecimento de todos.
peça do engenho
A Comunidade tradicional de Boa União está localizada há mais ou menos de 40 a 42 km da sede de Urbano Santos, atualmente a maioria de seus moradores são evangélicos da Igreja Assembleia de Deus e Rocha Eterna; vivem do trabalho na agricultura familiar e extrativismo vegetal. A história perdida do Baixo Parnaíba merece ser resgatada para que as futuras gerações (estudantes) entendam o passado, nesse e em outros aspectos como por exemplo os vestígios da Insurreição dos rebeldes escravos da Balaiada (1838-1842), fábricas de pólvoras e trincheiras. Vale a pena a elaboração de projetos de pesquisas, assim ajudando nossa sociedade na valorização da educação e cultura, não apenas só em Urbano Santos, mas em toda Região do Baixo Parnaíba, por onde houver história, (comunidades rurais, ribeirinhos e quilombolas), espaços esses que ainda tem muito a nos oferecer para alimentação das informações de nosso conhecimento.

Texto e imagens de José Antonio Basto
- Poeta e pesquisador

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