Produção de farinha - Pov. Centro Seco - Urbano Santos |
Segundo a FAO – Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura, órgão ligado a ONU, a mesma refletiu
nesses últimos anos que o futuro da humanidade é alimentar-se de produtos
vindos da agricultura familiar produzidos pelas comunidades tradicionais –,
principalmente frutas, verduras, aves (galinha caipira) e peixe. Por isso as
políticas para melhoramento da Agricultura
Familiar e Segurança Alimentar
devem melhor atenção da sociedade e, sobretudo dos órgãos competentes. Pois
preservar a soberania das populações tradicionais como alternativas para a
formulação desse projeto, elabora-se propostas e estímulos para esses programas
se concretizarem, com certeza todos nós teremos mais êxitos caminhando para
essas conquistas de interesse dos povos do campo. As comunidades tradicionais
entram nesse cenário como grupos especiais no que se diz respeito a assas
questões de um outro mundo possível, pelo menos nos aspectos mais fundamentais.
A Lei de Segurança Alimentar e
Nutricional – conquistas dos movimentos sociais deixa bem claro em seu
texto sobre a “proteção dos biomas,
preservação dos setores socioambientais, extrativismo cultural, aquicultura,
criação de aves e pesca artesanal” – são atividades rurais que desde
séculos não agride a biodiversidade. A lei ainda prioriza os acordos de
complementação produtiva, comércio interno e externo justo e solidário.
Peixes de pescaria artesanal - Pov. Pequi - Urbano Santos |
A região do Baixo Parnaíba Maranhense
é vasta em riquezas e produções de alimentos, as comunidades que trabalham de
roça e complementam suas rendas com o extrativismo vegetal... polpa do bacuri,
buriti, juçara e outros frutos do cerrado vivem um momento importante de lutas
pela posse da terra e garantia dos direitos fundiários. Os conflitos agrários
são exemplos dessas disputas e anúncios de políticas prioritárias do Movimento
Camponês em ser protagonista das reformas de bases, primordialmente. Para a produção
continua de alimentos é preciso a ocupação do Território Livre -, muitas
chapadas que foram invadidas pelo programa dos monocultivos como soja e eucalipto
pedem socorro agora e clamam por mudanças na volta das cadeias de tradições
culturais e equilíbrio ambiental. O campesinato está a cada dia avançando em
suas conquistas, mas com muitas avalanches e entraves, as porcentagens crescem
a respeito dos gráficos que mostram claro onde os mais de 60% do alimento que
vai para nossa mesa provém das roças e espaços de produção dos lavradores e
lavradoras. A maneira tradicional de produção na agricultura familiar não
devasta, não agride o meio ambiente e se baseia nas formas de solidariedade dos
povos que moram nessas áreas vingando portando um respeito ancestral com
atenção e educação com a natureza e trabalho em mutirão.
Já o agronegócio veio
para destruir a vida, não se preocupa com a solidariedade, visa cada vez mais
lucros e lucros utilizando os recursos minerais como água e terra, desacata os
direitos humanos e afeta nossas vidas com agrotóxicos, sobretudo a fauna e
flora atrasando a Reforma Agrária e o PADRSS
– Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. O crescimento de nossas comunidades do Baixo Parnaíba
enfrenta a grilagem por parte dos programas da monocultura que utiliza de artes
manhas para expropriação da terra.
Produção de bananas - Pov. Olho D`Água - Urbano Santos |
Um dos desafios vigentes para o
progresso das Comunidades do Baixo Parnaíba é a discussão coletiva das
estratégias, valorização e fortalecimento de nossa categoria. O 7º Congresso de
Trabalhadores Rurais já discutia esses pontos em 2008; a dinâmica do pensar e
repensar sobre as situações fundiárias e socioambientais. A escala de produção
de alimentos na Região do Baixo Parnaíba Maranhense desenvolvida pelas práticas
e manejos dos camponeses deixa uma reflexão positiva do processo econômico e forças
do trabalho rural e suor dos homens e mulheres que honestamente trabalham no
Sistema de Agricultura Familiar para o sustento de suas famílias.
José
Antonio Basto
Militante em Defesa dos Direitos Humanos e da Vida
(98) 98890-4162
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