segunda-feira, 8 de maio de 2017

A LIRA DAS CHAPADAS

Chapada da Comunidade São Raimundo, Baixo Parnaíba-MA
I
Correndo pelo cerrado
Nas veredas do sertão,
Ouvindo o canto dos pássaros
Nas brumas do coração
Nas águas da mocidade
Compondo esta canção.

II
É um pomar de encantos
No meio da natureza
Nasceu através dos séculos
Com sua própria beleza
Frutificando a vida
Distribuindo riquezas.

III
Lá tem pequi e mangaba
Tem bacuri e puçá,
Tem também a caiçara
Jataí e jatobá,
Lá tem pirunga e pitomba
Tem buriti e cajá.

IV
E os animais da floresta
Na casa mais consagrada
Vivendo alegres no campo
Nas grutas arborizadas
Fazendo daquela espaço
A mais feliz das moradas

V
Lá tem cotia e preá,
Tem onça, anta e tatú
Tem peba e gato do mato
Tem guaxinim e quandú,
E quando chega a noitinha
Ouve-se o som do cururú.

VI
Dos pássaros tem a galega
O juriti e o jacú,
Arancoã e arara,
Tem bem-ti-vi e turú
Tem sabiá do carrasco
Tem gavião e nambú.

VII
Tem muitos rios e riachos
Com água limpa e bonita
Tem terra pra se plantar
Tem mungunzá e canjica
Tem toda biodiversidade
Aqui portanto descrita.

VIII
Tem defesa e resistência
Tem povo trabalhador
Tem embates e vitórias
Tem canto de agricultor
Tem muitas coisas aqui
Pra quem quer ser sonhador.

IX
Guardai este poema
Sobre uma caixa sagrada
Na profecia da vida
Nessas estrofes rimadas
Sobre a arca do tempo
De nossas belas chapadas.

José Antonio Basto
Maio de 2017




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