terça-feira, 26 de setembro de 2017

O ancião

Me contava coisas da vida
Dos encontros e desencontros
De tempos de outrora
No acreditar em um outro
Mundo possível
O ancião era cego
Mas via tudo...
Era “avô e pai”
Sua fala trêmula e ligeira
Quase mudo – dizia tudo,
Nos desafios dos tempos
Nos contratempos!
Resplandecia seu vulto
Num ritual inculto
O sangue da honestidade
Foi vítima da crueldade
Rasgava a voz em verdade
Foste grande lutador...
Durante sua existência
Guerreiro audaz e valente
Da terra sua esperança
De guerra, sangue e temor!
Ensinava-me o caminho certo
De como entrar no destino
Desde quando era menino
Nas páginas da epopéia
O “valor de uma vida”
Em batalhas construídas
Da “lavra a palavra”
Escrevendo tantas linhas...
Com a epígrafe “Ser”. Por quê?
Porque “Ser” é tudo!    
Era o canto da magia
Repleto de alegria
No fogo da solidão
Cantava a voz do ancião
Em brasas, prantos e coragem
Rebrama o canto dos ventos
Sobre as páginas dos tempos
No livro da liberdade.

José Antonio Basto
Setembro – 2017.

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