Me contava coisas
da vida
Dos encontros e
desencontros
De tempos de
outrora
No acreditar em um
outro
Mundo possível
O ancião era cego
Mas via tudo...
Era “avô e pai”
Sua fala trêmula e
ligeira
Quase mudo – dizia tudo,
Nos desafios dos
tempos
Nos contratempos!
Resplandecia seu
vulto
Num ritual inculto
O sangue da
honestidade
Foi vítima da
crueldade
Rasgava a voz em
verdade
Foste grande
lutador...
Durante sua
existência
Guerreiro audaz e
valente
Da terra sua
esperança
De guerra, sangue e
temor!
Ensinava-me o
caminho certo
De como entrar no
destino
Desde quando era
menino
Nas páginas da
epopéia
O “valor de uma
vida”
Em batalhas construídas
Da “lavra a
palavra”
Escrevendo tantas
linhas...
Com a epígrafe “Ser”.
Por quê?
Porque “Ser” é tudo!
Era o canto da
magia
Repleto de alegria
No fogo da solidão
Cantava a voz do
ancião
Em brasas, prantos
e coragem
Rebrama o canto dos
ventos
Sobre as páginas
dos tempos
No livro da
liberdade.
José Antonio Basto
Setembro – 2017.
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