Ela estava ali,
densa e viva...
Quase morta – mas viva!
Cantavam os pássaros
E as árvores no
ringido dos ventos;
As formigas
trilhavam suas veredas
E cortavam as folhas
em seus ofícios,
Piava a coruja em
seu trono
Esperava passar
A noite solitária,
Nos pomares
Os frutos pairavam
sobre o chão
E sobre os ecos nos
grotiões
Camponeses gritavam ao
longe
Disparavam tiros que
anunciavam
A revolução dos dias
que vem
Dos dias que vão...
dos dias que se foram
Era uma vez: “O
sertão”
Que fora espaço de
revoltas populares
E de narrações
Ali estava grandes
sonhos
Que se foram
No chão avermelhado
de sangue
Regado de
companheiros
Que se sacrificaram
Por esta causa nobre,
Ela continuava ali
A Floresta
Atravessando madrugadas,
Dias e noites
Cantava em solidão
No embalar dos
horizontes;
A floresta solitária
Atravessava o tempo
Chorava, sorria, entristecia...
Na certeza de gravar
Seu nome no panteon
da história
O trovador parava no
pé de uma serra
E sobre a sombra de
uma árvore
Finalizaria seus
versos
E com sua máquina de
escrever
Comporia a crônica do
tempo.
José Antonio Basto
Março de 2017
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