terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Menino quebrando bacuri na comunidade tradicional de São Raimundo, Baixo Parnaíba maranhense.


menino quebrando o bacuri
O Povoado São Raimundo localizado no município de Urbano Santos, Baixo Parnaíba maranhense está entre as comunidades modelo no que se diz respeito à proteção das chapadas, sendo esta a grande mãe responsável por parte do sistema socioeconómico daquela gente. Uma consciência ecológica que fez com que a associação tomasse algumas medidas cabíveis combatendo então a derrubada do bacuri verde e, sobretudo a proteção do cerrado por inteiro. A Francisca, presidente da entidade elaborou abaixo assinado e denúncias junto aos órgãos competentes com o intuito de barrar tanto a extração do fruto verde quanto a devastação da chapada pelo motor-serra de muitos oportunistas que entram ilegalmente na área demarcada, pois o estrago do bacuri verde é uma grande perda para a própria população, os moradores devem conscientizar-se que a colheita serve para todos e nunca com o sentimento de ganancia individual. São Raimundo tem muito a ganhar com essa luta. A questão cultural da extração do bacuri no São Raimundo nos faz voltar a um período bem remoto e lembrar quando as famílias saiam para os campos (chapadas) com seus cofos e jacás colher os amarelinhos. Ao falar em cultura familiar das comunidades tradicionais, tocamos em um assunto importante e até polêmico, uma criança do interior muitas das vezes acompanha os pais em seus afazeres, como ir para a roça, pescar e caçar entre outros ofícios que passam de pai para filho, então não se confunde trabalho de economia familiar com trabalho infantil. Em São Raimundo, assim como em muitas outras comunidades, os bacuris são quebrados e tirado a poupa num trabalho coletivo da família do mais velho ao mais novo, podendo assim os mais jovens aprender as tarefas com os mais experientes. São Raimundo espera por uma desapropriação fundiária com o intuito das famílias serem assentadas e estabelecer-se a partir de então a tão sonhada reserva sócio extrativista.

José Antonio Basto

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