terça-feira, 8 de janeiro de 2019

UM CERTO GUIMARÃES

Mayron Regis, jornalista, cronista, ensaísta, assessor de comunicação do Fórum Carajás e sobretudo ambientalista... Talvez não seja um Guimarães Rosa da vida, autor de "Grandes Sertões: Veredas". Ele ainda não escrevera sobre os Sertões do Norte Minas - talvez. Mas ver com veemência os problemas sociais e socioambientais do Baixo Parnaíba Maranhense e de outras partes do Maranhão. Ele escreve bíblia, como dizia o amigo sociólogo Iran Avelar. Suas bíblias, ironicamente não falam da religião hebraica, mas falam das fronteiras do agronegócio no estado do Maranhão, ou em partes de suas fronteiras. Mayron escreve sobre o sertão... Sobre a resistência das comunidades em defesa das chapadas e dos bacuris... Dos territórios. Mayron escreve sobre gente, sobre bichos, árvores e frutos. Um escritor de cunho social que não se preocupa com as normas e estilos literários, nem com escolas de épocas, tanto pelos seus críticos, muito menos pelos seus leitores, ele não se importa... Ele tenta mostrar o que é certo e o que é errado. Escreve o que vem do coração. Sua prosa, um tão pouco poética nos faz refletir quando se ler as obras de Caminha e José de Alencar... E o próprio Guimarães. Viajar pelo sertão do Maranhão e descrever seus problemas não é tarefa muito fácil e, ainda mais, quando se vive a tarefa. É uma questão de determinação. Este jornalista ambiental faz isso com mestria, como Camões escrevera seus magníficos Sonetos e os Lusíadas. Regis, além das letras é um comunicador que também entende de criações de galinhas. Seus trabalhos são respeitados, não pelo estilo, mas pela narrativa e originalidade da obra, da qual tem haver com o dia-a-dia no campo. 

José Antonio Basto. 

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