segunda-feira, 20 de junho de 2016

Os desacatos, o medo e a insegurança em Formiga, Anapurus – Baixo Parnaíba Maranhense.

Quem garante que a família desacatada moral e criminalmente em Formiga vai ter segurança? Quem garante que aqueles trabalhadores moradores em sua área tradicional consegue dormir em paz, na lembrança do aperreio que passaram quando jagunços atacaram sua casa a mando de alguém? Quem garante que esses jagunços e seguranças não vão cometer mais crimes na região? Quem garante que muitas outras famílias camponesas não vão ser mais expulsas de suas terras seculares? Em fim, ninguém garante nada. Essa guerra há tempo vem sendo travada e parece não ter fim. Os desacatos aos direitos humanos acontecidos na comunidade Formiga, município de Anapurus, na região do Baixo Parnaíba maranhense é mais um de tantos outros que vem acontecendo ao longo desses anos em que o latifúndio toma conta das chapadas do território para o agronegócio. Por que acontece isso? Cadê a justiça? Os direitos das comunidades tradicionais garantidos por lei? Fraudes continuam nos cartórios... e a segurança pública onde estar? Os conflitos de terras no Baixo Parnaíba tem suas várias faces, os órgãos de direito e o estado às vezes cruzam seus braços para aqueles cidadãos e cidadãs que os colocam em seus determinados postos. Os camponeses são esquecidos, tratados como escravos ainda hoje. Por não saberem ler são enganados e levados à forca; são expulsos de suas terras... Proibidos de tirar o sustendo das áreas em que seus bisavós já tiravam. Os órgãos competentes precisam entender que a terra é de quem mora nela, por isso existe a REGULARIZAÇÃO FUNDIÁRIA e, quem mora na terra são os agricultores que desde séculos vem praticando suas técnicas de subsistência na produção de alimentos, economia, cultura e extrativismo. Há algum tempo atrás no fogo da militância do movimento social, o Ministério Púbico ajuizou dezenas de ações que diz respeito à questões conflituosas e desacatos à comunidades tradicionais da região, mas infelizmente pouco desses  casos foram resolvidos na justiça. Por que as terras devolutas do estado não são arrecadadas e destinadas à produção de alimento? O ITERMA pode fazer isso. É seu dever. O agronegócio acumulou riquezas usurpando o bem natural da terra, prejudicando as nascentes dos rios e mudando todo um processo cultural das populações tradicionais que ocupam o território. Por essas transformações o campesinato sofre muitas consequências, feridas que custarão ser cicatrizadas: o êxodo rural é um fator; os trabalhadores rurais expulsados de suas terras foram obrigados ir para as cidades, sujeitos a ver seus filhos entrarem na prostituição, droga e desemprego, a marginalização dessas famílias é constante. Os moradores de Formiga se assombraram com tamanho desrespeito contra aquela gente humilde. Um dia as coisas mudarão de curso, os pobres terão um lugar especial, suas moradas, construirão seus lares, seus filhos nas comunidades dividindo o bem comum. O camponês não precisa de luxo para viver, ele precisa de pouco para sustentar seus filhos, se alimentar bem e respirar um ar puro. Os trabalhos no campo tem seus modos e procedimentos culturais. O capitalismo explorador, abusado e selvagem trata a terra como instrumento econômico, gera violência e desigualdades sociais, o agronegócio quer a terra por bem ou por mal. Todos sabem que a maioria da terra na região do Baixo Parnaíba é devoluta do estado, infelizmente alguém grilou essas áreas de chapadas e tomou-as para si. A terra da Formiga é dos lavradores, eles são analfabetos e esquecidos pelos governos. Como esse caso vai ser tratado, ou estar sendo tratado? O direito daquele povo que passou por momentos difíceis vai ser concretizado? Ou ainda impera o engano como tantos outros? Espera-se justiça! E que os culpados paguem o que fizeram. Abaixo os desacatos, o medo e a insegurança em Formiga! A chapada testemunha em júri o acontecido. Ela estava lá assistindo tudo de perto.

José Antonio Basto
Militante em Defesa dos Direitos Humanos
(98) 98607-6807




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