Explanada dos Ministérios - DF |
Foi mais uma jornada cumprida em Brasília este mês de
agosto; a marcha dos trabalhadores e trabalhadoras rurais que clamavam em uma
única voz pela REFORMA AGRÁRIA urgente em nosso país. Juntos, reivindicávamos
por nossos direitos garantidos por lei, mais de 100 mil pessoas de várias
organizações do campo, das águas e das florestas dos 26 estados e do Distrito
Federal iniciaram a grande marcha saindo do Estádio Mané Garrincha e seguindo
para o Congresso Nacional pela explanada dos ministérios. É do saber de todos
que no Brasil ainda não foi feito uma Reforma Agrária como o movimento social
pretende: massiva, com gente, assistência técnica e produção agroecológica
respeitando o meio ambiente e, sobretudo a biodiversidade. Também sabemos que
desde 500 anos atrás a terra no Brasil sempre foi objeto de disputas, onde quem
sempre venceu foi o latifundiário, restando apenas a violência para as camadas
mais pobres: índios, posseiros, quilombolas, extrativistas... em fim camponeses
e camponesas que sonham com a concretização de seus direitos sociais.
Pois até
hoje não existe uma política séria realmente de Reforma Agrária, no decorrer da
história do Brasil foram feitas várias práticas que tentaram realizar uma
reforma, essas ações distribuíram algumas terras improdutivas, que não são de
interesse de uma classe ruralista muito forte, mas que engessa em grande parte
essa distribuição de terras porque essa classe também tem representantes no Congresso
Nacional. Como exemplo de países desenvolvidos que fizeram uma Reforma Agrária
de sucesso, acreditamos na prática que não é só dar a terra e ali desenvolver
um cultivo, a Reforma Agrária é cercada de uma série de fatores e não somente
uma política de assentamentos fundiários. Uma outra questão dos nossos tempos é
o problema do impacto ambiental e o avanço desenfreado do agronegócio que nunca
respeitou os territórios das comunidades tradicionais; sendo estas as verdadeiras
protetoras das florestas, babaçuais, cabeceiras de rios, chapadas e brejos. O
assassinato de camponeses e lideranças ativistas no meio rural tem sido muito
preocupante; estados como o nosso Maranhão, Mato Grosso e o Pará são constantes
essas atividades de desacato aos direitos humanos e da vida: casas de
trabalhadores são incendiadas, famílias inteiras despejadas sem nenhum amparo
social. Um estudo sobre assassinatos no mundo, divulgado pelo Escritório da
Nações Unidas, aponta que o Brasil registra 11,4% do total de mortes do
planeta, segundo esse estudo da ONU , 437 mil
pessoas foram mortas em 2012 no mundo; desses, 50.108 foram no Brasil. As
maiores taxas de homicídios no planeta estão na América Latina e África, afirma
a pesquisa. Nesse momento
de crise econômica as coisas estão piorando ao invés de melhorar, a má
distribuição de renda e as concentrações de terras e riquezas só favorecem os
mais ricos, empresários, órgãos do capital e latifúndios. A cada momento
explode no Congresso Nacional um esquema dos desvios do nosso dinheiro que
pagamos com altos impostos – PECs e emendas parlamentares são aprovadas por
alguns deputados que bate na cara dos trabalhadores que sustenta a economia como
é o exemplo do fator previdenciário e terceirizações. Os homens e mulheres do
campo e das cidades do nosso país fizeram sua parte nos dias 11 e 12 deste mês,
lutamos por nossos direitos sonhando sempre com melhorias. Na capital do país lembramos
naqueles dias a memória daqueles e daquelas que começaram essa batalha há muito
tempo atrás, companheiros e companheiras que tombaram corajosamente e deram
suas vidas por uma palavra chamada “LIBERDADE”. A pauta das reivindicações foi
entregue à Presidenta da República na tarde do dia 12. Voltamos então para
nossos estados com mais um dever cumprido, acreditando que a MARCHA E A TERRA
GERAM FRUTOS.
José Antonio Basto
Urbano Santos-MA, 17 de Agosto de 2015
Militante dos Direitos Humanos
Email: bastosandero65@gmail.com
(98) 98607-6807
Parada final no Congresso Nacional |
José Antonio Basto
Urbano Santos-MA, 17 de Agosto de 2015
Militante dos Direitos Humanos
Email: bastosandero65@gmail.com
(98) 98607-6807
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