quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O conflito de São Bento: trabalhadores rurais em defesa da terra.


sonhos se realizam com batalhas
A Associação dos Produtores Rurais do Povoado Guaribas I- São Bento no município de Urbano Santos-MA, entrou com um pedido de arrecadação fundiária no ITERMA de 551 hectares, uma região de matas e chapadas. Pois desde muitas décadas que os camponeses moram e trabalham na área, a partir do momento em a associação decidiu lutar pela posse da terra a entidade passou a ser uma pedra no sapato dos latifundiários vizinhos. Sr. Pedro, liderança local, disse que a associação não vai parar de lutar pela posse da terra e muito menos desistir de batalhar por esta causa justa e de direito.
A história do São Bento nos faz refletir sobre o processo hierárquico de famílias tradicionais que por lá viveram e continuam vivendo da exploração da mão de obra dos trabalhadores (as) rurais. Estas famílias se apropriaram de grandes faixas de terras desde muito tempo, com o apoio de antigos gestores e o laço de amizade com pessoas que trabalhavam em cartórios, estes proprietários se aproveitaram da situação para grilar as áreas. Desenvolvendo-se a partir de então uma política suja de intimidação para quem desafiasse o sistema. Os agregados moradores da comunidade submetiam-se à condecorações e respeito extremo aos senhores em situações de apradinhagem, estes portanto mesmo sendo os grandes causadores de uma problemática que até hoje se arrasta. “O plano para Reforma Agrária” -, tendo como pano de fumo o nosso tão sonhado “PROJETO ALTERNATIVO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO”. O grande entrave enfrentado até hoje para a associação é a questão do proprietário mais influente que leva seu sobrenome ao lugar e, que não quer reconhecer a luta dos lavradores que serve não apenas para os membros moradores filiados, mas também para as futuras gerações. Os trabalhadores rurais de São Bento precisam da terra para plantar, cultivar e colher... a Reforma Agrária só funciona assim, em muitos casos nem que chegue-se ao extremo para o conflito corporal ou armado. Do que vale um proprietário ter imensas quantidades de terras improdutivas, sendo que a demanda de desempregados ainda é absurda! Muitos jovens que estão sem trabalho poderiam estar estudando esse ponto, uma vez que hoje são tantos os projetos para a zona rural. Uma situação preocupante é o conhecido desvio de dinheiro, os projetos que desce do escalão muitas das vezes não são aplicados nos devidos lugares corretos. É do saber de todos que fazem direitos humanos que quaisquer associação é livre para caminhar com seus próprios pés. Nossa orientação é que os camponeses principalmente os que estão a frente não devem confiar de maneira algumas em conversas de latifúndios, que seja guiados pelas suas próprias lideranças e não aguardem ninguém para começar suas resistências. A associação é livre e independente, pode entrar em convenio com os órgãos competentes federais e estaduais para elaboração e acesso de projetos.
a luta é o caminho
São Bento, deve reconhecer estes pontos que anunciam uma outra história sem exploradores e explorados. A terra é de quem mora e produz nela, a terra é devoluta do estado onde a associação tomará posse um dia, fundar um assentamento para as famílias que sobrevive há muitos e muitos anos do sistema de agricultura familiar. Mas este sonho da associação que se reproduz em tantas pessoas vai sim se realizar, mas não apenas com o empenho apenas dos cabeças que puxam a carruagem do sistema burocrático, mas que isso seja através de uma tarefa coletiva para o bem de todos e todas na LEI OU NA MARRA -, como já dizia a palavra de ordem das famosas Ligas Camponeses de Francisco Julião na década de 60, os trabalhadores são os donos de seus próprios destinos. Com isso percebemos mais uma vez que o jovem guerrilheiro Hernesto Che Guevara estava certo quando afirmou que “A reforma agrária radical é a única forma de dá a terra aos camponeses”. Avante companheiros de São Bento nesta luta renhida até o fim!

(José Antonio Basto)
-Militante dos Direitos Humanos / Baixo Parnaíba-MA.
(email: bastosandero65@gmail.com) – Cel. (98) 98890-4162

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