segunda-feira, 17 de julho de 2017

Santa Rosa e o Baixo Parnaíba: camponeses organizados na luta!

Trabalhos no Seminário Agrário, Santa Rosa Bacabal - 2015
Eles se organizam ao seu modo, da maneira que podem se organizar, se não se organizam não conseguem avançar nas conquistas e nas batalhas renhidas. Há algum tempo atrás os conflitos agrários se arrastaram na comunidade Santa Rosa e Bacabal, problemas que passavam a ter mais atenção dos órgãos de defesa dos direitos humanos, mas da justiça muito pouco! Depois que acalmava a situação constrangedora, os camponeses voltaram com suas atividades na ocupação das áreas produtivas -, trabalham de roça, no extrativismo e criam seus animais para subsistência de suas famílias.
O STTR organizara um seminário agrário em 2015 para tratar de assuntos que lhes interessam como a importância da luta pela posse da terra, proteção ambiental e assistência técnica. Naquele momento se avançava os debates sobre MATOPIBA – um bicho de sete cabeças que com o aval das esferas de governos pretende colonizar o cerrado de quatro estados: Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, atingindo diversas comunidades tradicionais e passando por cima de direitos ancestrais de quilombolas, indígenas, posseiros e assentados. A Região do Baixo Parnaíba maranhense é um dos alvos desse grande projeto, pois a monocultura existente aqui, (eucalipto e soja) principalmente, representa a espoliação de terras e expulsão dos moradores das comunidades tradicionais. A comunidade Santa Rosa fica localizada no coração do Baixo Parnaíba, município de Urbano Santos, se desenvolveu entre a chapada e o Rio Preto, com área rica em terras férteis, brejais e vazantes para criação de caprinos; seus moradores enfrentaram uma peleja na defesa da terra no conflito direto - criaram uma Associação de moradores para fortalecer a luta, as desavenças na época envolveu famílias camponesas e latifundiários.
Os índices de conflitos fundiários no Baixo Parnaíba tem crescido bastante ultimamente, o mapa de conflitos registra casos em todos os municípios, mas Urbano Santos tem ficado entre os primeiros da lista. A Associação de Trabalhadores Rurais de Santa Rosa e Bacabal tem recebido parceiros de luta e dos movimentos sociais como o STTR que esteve lá nessa semana passada para fazer uma reunião com os membros da entidade. A área está em processo de desapropriação pelo INCRA, mas existe ainda uma sobra de terra do estado (chapada) que precisa ser arrecadada e incluída no futuro título. Santa Rosa é exemplo do enfrentamento direto, quando os camponeses unidos devem lutar sempre por seus direitos sociais, estes hoje negados por parte do estado democrático de direito. A terra é de quem mora e trabalha nela! Disso não se tem dúvida. Convenhamos então.


José Antonio Basto

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