Lá estava ela, a casinha do balaio!
À beira do caminho nas veredas do sertão...
De palhas de coco e bem humilde!
Sobre a mesa uma lamparina clareava a escuridão.
Lá o pote no cambito, uma forquilha!
Nos terreiros das folhas o vivo jasmineiro
O carrapicho alegre jogava sua semente...
E brotava do ofício um ancião mensageiro.
O balaio carregava sua cabaça a tira-colo!
E voltava com a espingarda de uma caçada
_ Nem um tiro! E nada nestas matas!
Roncava a liberdade nas chapadas.
Rio dos pretos, águas barrentas na folhagem...
Cantavam as galinhas, ao longe um latido!
Escutava-se a pancada do velho machado...
E o babaçú nas palmeiras um batido.
Quebradeiras numa técnica sem igual...
A panela cozinhava um tatú...
De longe da Lagoa Amarela se ouvia:
Pela madrugada o cantar do cururu.
A casinha do balaio lá estava com seus brilhos!
Bem plantada numa terra de memória!
Balaiada quase dois séculos já escrita
No livro do panteon da história.
José Antonio Basto
Novembro - 2021.