domingo, 28 de novembro de 2021

A casinha do Balaio

 


Lá estava ela, a casinha do balaio!

À beira do caminho nas veredas do sertão...

De palhas de coco e bem humilde!

Sobre a mesa uma lamparina clareava a escuridão.


Lá o pote no cambito, uma forquilha!

Nos terreiros das folhas o vivo jasmineiro

O carrapicho alegre jogava sua semente...

E brotava do ofício um ancião mensageiro.


O balaio carregava sua cabaça a tira-colo!

E voltava com a espingarda de uma caçada 

_ Nem um tiro! E nada nestas matas!

Roncava a liberdade nas chapadas. 


Rio dos pretos, águas barrentas na folhagem...

Cantavam as galinhas, ao longe um latido!

Escutava-se a pancada do velho machado...

E o babaçú nas palmeiras um batido. 


Quebradeiras numa técnica sem igual...

A panela cozinhava um tatú...

De longe da Lagoa Amarela se ouvia:

Pela madrugada o cantar do cururu.


A casinha do balaio lá estava com seus brilhos!

Bem plantada numa terra de memória!

Balaiada quase dois séculos já escrita 

No livro do panteon da história.


José Antonio Basto

Novembro - 2021.