terça-feira, 25 de novembro de 2014

O ROMANTISMO EM VERSOS


Vejam caros leitores
A introdução do Romantismo!
Que durou quarenta e cinco anos
Sucedendo o Arcadismo
É a escola mais famosa
Nas páginas do nacionalismo.

Surgiu na Europa e espalhou-se
Por todo mundo inteiro
Com grandes vates das letras
Escritores verdadeiros
Que nas batalhas da vida
Foram incansáveis guerreiros.

“Suspiros poéticos e saudades”
Abriu o livro da história,
Tendo influência de poetas
O Brasil ganhou memória
Com o índio a abolição
Seguindo sua trajetória.

Trovadores desta terra
Até hoje imortais...
Gonçalves Dias, Castro Alves
Azevedo e outros mais...
Joaquim Manoel de Macedo
Todos estão no cartaz.

No romance Alencar
Deixa sua míngua na arte
Com seu épico “Iracema”
E “Viuvinha”, o contraste!
São clássicos da literatura
Que pegamos passaporte.

Hoje viajamos em carona
Aprendendo a valorizar
Nos breves encontros do tempo
Nessas estrofes a cantar
As tais tendências românticas
Venha aqui prestigiar.

Esse terceiro Sarau
“Paixão e Libertação”
Organizado pelo Bertilla
Com muita dedicação
Sejam todos bem vindos
Receba a saudação!

José Antonio Basto
24/11/2014

- Em nome de todos os alunos, pais e convidados, por intermédio da diretoria e dos professores, dar-se por aberto o III Sarau Literário da Escola Comunitária Santa Maria Bertila, com o tema “Romantismo brasileiro – Paixão e Libertação.”

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Ó minha Consciência Negra X


consciência negra
Onde tu moras! Em outro mundo?
Nas roscas do preconceito!
Ronca o canto ancestral,
No sangue de um sujeito.

Quatro séculos de horrores!
Cortiços e mães favelas...
A mídia ataca sem dó
Os vultos que vivem em celas.
                    

Onde tu estás! Ó liberdade!
O couro corre sangrando,
Na alma fria do negro,
Que a vida vai apertando!
Guerreiro Zumbi

 São cicatrizes ferozes
Cobertas de nostalgias
Vergonha e sonhos distantes
Sambando com alegria.

A fumaça do fuzil

Estronda um eco estridente
Clamando por mais justiça!
Presa sobre uma corrente.

                                                              O crime mais hediondo
Guerreira Dandara
Que a humanidade já viu
Prática da escravidão...
Cem anos, duzentos -, mil.

Vai esses versos ao mundo
Numa lei que diz AMÉM!
Para o negro nunca mais
SER CATIVO DE NINGUÉM.

José Antonio Basto
20/11/2014

- Em homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra e aos 319 anos de Zumbi dos Palmares. Vai também uma saudação especial a todos os grande líderes das comunidades negras contemporâneas urbanas e rurais;  ao guerreiro Negro Cosme da Balaiada; aos pretos mulçumanos e aos rastas jamaicanos; ao movimento das mulheres negras do Brasil e sobretudo à luta pela abolição da escravidão social.





terça-feira, 18 de novembro de 2014

CANTO DE CONTRADIÇÃO


OS VULTOS DA TRISTEZA AINDA PARTE ATROZ,
REMANDO CONTRA O HORIZONTE INFINITO,
ERA O TEMPO DE ALEGRIAS E GUERRAS INTENSAS
QUANDO A GLÓRIA ECOOU SEU LONGO GRITO.



UM MEDO ATINGIU A ALMA SOLITÁRIA,
NA ESCURIDÃO DA NOITE EM TEMPESTADE
SUSPIROS FINDAM-SE EM OUTRO MUNDO,
ENTRE O ESPAÇO QUE OUTRORA SENTIU SAUDADES.

O FIRMAMENTO EM BATALHAS E DEVANEIOS
EXCOMUNGOU AO FALAR DO CORAÇÃO...
A TINTA... O PAPEL, A PENA, O VERSO! -, CREIO!

NO DESGOSTO DA GARGANTA EM AVERSÃO...
VAI LIBERDADE PARA OS CAMPOS DE CENTEIO!
E VOLTA PARA CASA TRAZENDO SUA GRATIDÃO.

(JOSÉ ANTONIO BASTO)
17/11/2014

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

I SEMINÁRIO DE FORMAÇÃO AGRÁRIA NO POVOADO BAIXÃO DOS LOTEROS, URBANO SANTOS -, BAIXO PARNAIBA.


jovens participantes do seminário
Na manhã do dia 08 de novembro, o tempo amanheceu um pouco nublado, preocupado; tinha que me dirigir até a comunidade tradicional Baixão dos Loteros para a realização do I Seminário de Formação Agrária, com o tema: “História e Políticas da Reforma Agrária no Brasil”. Peguei o material que tinha preparado na noite passada: as cartolinas, pastas, pinceis e a aportilha com o conteúdo do curso. Já era praticamente 08:30h, atrasado peguei a estrada que passa pelo Povoado Sítio do Meio cortando as chapadas e carrascos até chegar às primeiras casas do Baixão. Infelizmente percebi que algumas áreas estavam queimadas, o tempo seco facilita o fogo nos capinzais rasteiros devastando a fauna e a flora do bioma cerrado.
 Cheguei no Baixão às 09:15h, muita manga, caju, juçara, e algumas hortas nos quintais das casas. Ao botar os pés na comunidade fui logo visitar as residências de alguns velhos amigos do passado, como a residência do companheiro Zé Diomar – Presidente da associação mais velha, a esposa de Diomar é uma pessoa super educada,  serviu café com bolo de milho da roça e até convidou para o almoço a pesar da ocupação aperreada na farinhada, não aceitei porque tinha que chegar até a sede da Associação de Jovens Trabalhadores Rurais para o início do curso.
apresentação de trabalho em grupo
O Baixão é dividido em I e II, portanto a atividade foi no II. Quando atravessei o riacho ceguei até as mangueiras em frente a sede da Associação; mangas e caju se estragando pelos terreiros, como já dizia a Marlene cantora da CEB local. O que chamou a atenção é que os jovens participantes do Seminário trouxeram para ornamentação produtos da agricultura familiar como mandioca, espigas de milho, pimenta, feijão, cana, mel, jaca, manga, juçara, côco babaçu, tiquira, tapioca, cabaça, buriti... entre outros. O evento foi recheado de informações repassadas aos jovens trabalhadores rurais, começando com a História da Reforma Agrária no Brasil, as primeiras lutas no campo, Ligas Camponesas e as conquistas do movimento no campo das décadas de 30, 40, 50 e 60. Ainda abordamos alguns pontos relacionados às políticas do MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário) como o Programa Nacional do Crédito Fundiário, Pronacamp, PRONATEC rural, Programas de Combate a Pobreza Rural,  discutimos também a necessidade do Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável na Agricultura Familiar. Depois de minha explanação, foi a vez da Tarsila - Engenheira Agrônoma da Empresa COOPRAMA que acompanha os projetos do PNCF no Baixo Parnaiba, Tarsila apresentou seu trabalho sobre associativismo, o processo de organização dos camponeses para a conquista da terra e desenvolvimento econômico, o assunto terminou as 12:00hs e fomos para o almoço de galinha caipira com peixe tilápia. Descansamos um pouco e retornamos as 14:00hs para a formação dos grupos de trabalho. As equipes de organização das câmaras temática duraram duas horas para responder o questionário que preparei, as perguntas foram de defesa pessoal, tudo relacionado aos temas das palestras que foram dadas pela manhã. Todo mundo se saiu muito bem, criativos, tocavam antes de se apresentarem, cantaram músicas das comunidades como “Negro Nagô” e “Eu sou roceiro”, para alegrar o salão.
Eu e Telma: monitores do seminário
Todos os membros dos grupos tiraram proveitos e foram bem sucedidos nas apresentações que duraram até as 17:30h. No final fizemos uma avaliação em conjunto dos pontos que marcaram o dia. As cartolinas foram guardadas para serem pregadas na sede da associação ficando de lembrança, onde a juventude se deparou com assuntos talvez polêmicos e desconhecidos por eles, mas que tem tudo haver com o dia-a-dia do homem e da mulher do campo. O curso de formação agrária nos fez refletir sobre a luta dos movimentos sociais no Baixo Parnaiba Maranhense nas décadas de 90 e inicio de 2000 quando as forças populares e os encontros de comunidades estavam no auge, além de um aprendizado significante de ambos os lados.

José Antonio Basto
Novembro 2014

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Corre solidão!


solidão
Corre nas brumas inconsequentes,
E não volte em meu leito nunca mai...
Condenado fui, em sonhos breves,
Na loucura insana, nunca mais!

O berço da loucura atroz,
Em minha alma alcança a tempestade,
Sonhos de amor ficaram na lembrança
Quando a luz da glória surge na maldade.

Gritos de solidão fluíram em breves chamas,
Onde o amor que sinto foi embora...
Mas pede pra voltar com força e pensamento,
Venha mulher ! Com essa alma sem demora.

Corre solidão e atinge o infinito
Do horizonte sombrio em pavor!
Olhos de tristeza construíram nossas vidas
As vidas que sofrem nas entranhas do amor.

José Antonio Basto
Novembro de 2014