terça-feira, 29 de abril de 2014

VISITA-ME OUTRA VEZ


                                                Num sonho de amor e de ventura
O clarão da paixão invade a formosura
Tua sombra vem me abraçar!
Meu amor, quanto tempo em verdade
Por favor tenha piedade!
Venha logo me amar.

Imploro aqui nesta noite
Mata-me a sede... o açoite,
Com medo do destino atroz
Favores, correntes entre as mãos...
A lança atinge o coração
- condenado fui feroz.

Venha aqui minha Julieta
Com jasmim de violeta
Aos braços do seu Romeu!
Por ti enfrento batalhas
Ao fio desta navalha
Que a alma corroeu.

Não sonho mais nesta vida
Porque tudo é só partida
Culpada és tu, ó mulher!
Minha lira feita pra ti
É pétala que vai surgir
Nos ventos que tenho fé.

Visita minha poesia
Coberta de fantasia
Guardada não sei se estás!
Se estiver diga-me agora
Porque essa tua demora?
Deixa-me ouvir teu cantar.

Tu, porém já me amou
E de já se consagrou
Nos papéis da eternidade,
Despacha essa timidez
Visita-me outra vez
E vem matar a saudade.

José Antonio Basto

quarta-feira, 23 de abril de 2014

MINHA BREVE CANÇÃO DE AMOR


                                                                                 Sonhei contigo esta noite
                                                                                 No escuro sopro do açoite
Dormi em teu colo antão,
Revi as flores dos campos
Daqueles amores tantos
Que flechou meu coração.

Lembro-me de teu semblante
Porque ainda sou confiante
De olhar-te outra vez...
Há tanto tempo a demora
Uma sombra me apavora
Em tudo que se desfez.

Te amo minha querida,
Razão de toda minha vida
Meu amor te ofereço...
Viajamos num corcel
Para este nosso céu
Eu nunca mais te esqueço.

Como invade a chama atroz
Que me transformou em algoz
De minha alma lembrei...
Que nossa história é infinita
Além de tudo é bonita
Amor, eu te recordei!

Não tenha dor nem piedade
Não chores nem de saudades
Porque tudo se passou...
Nossos blues não voltam mais
Já se apagou o cartaz,
Que o vento norte soprou.

Um espelho a noite clara
A mesma lua declara...
Circunstâncias e sofrimentos
Cantei num eco estridente
Amor restou a semente
Daqueles nossos momentos.

Ouvirás a melodia
Recheada de poesia
E recordarás minha dor!
A dor que jamais sofreu
Se quer tampouco entendeu
Esta minha canção de amor!
[...]
           José Antonio Basto

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Paz e amor nos corações humanos


Imploro por cantos de alegrias e de sobrevivência
E o eco de minha voz atinge o infinito...
Ó mundo! Precisamos de amor e paz
Deus dos céus, onde estás que não ouve o meu grito!

Somos humanos, por isso choramos e tropeçamos
Mas haveremos de sorrir ao novo dia...
Páginas viradas hão de anunciar certa vitória
Para de uma vez esquecer a covardia.

Precisa-se sonhar e lutar a cada momento,
Flores vencerão canhões na guerra...
PAZ E AMOR NOS CORAÇÕES HUMANOS
É o princípio de tudo nesta terra.

- Respeito ao próximo -, caminho brilhante...
Onde nunca foi trilhado pela intolerância,
Uma nova aurora aparece no horizonte
Combatendo as ínguas da ignorância.
              
Que a vida se prolongue nas asas dos ventos
Que as estrelas cadentes anunciem os novos planos,
Que o otimismo invada as consciências
Com paz e amor nos corações humanos.

JOSÉ ANTONIO BASTO
16/04/2014






terça-feira, 15 de abril de 2014


Saudades é o que sinto!

Saudades é o que sinto...
Não sei porque mas eu sinto
Sinto saudades dos momentos
Na sombra do meu extinto.

Fui condenado a sofrer
Por ter te amado tanto...
És minha flor das campinas,
A sombra de meu encanto.

A luz que guia meus passos
Que me leva a alegria...
Sem você não sou poeta
E não tem lira, nem poesia.

Há dias lembro de ti
Daqueles nossos momentos,
Senhora de minha vida
Razão dos meus sentimentos.

Meu canto vai pra você
Acompanhado de uma flor
E um bilhete dizendo:
“Tu és o meu grande amor.”

José Antonio Basto


Um vaqueiro armado na luta por liberdade


Era ele o Raimundo Gomes
Herói da Balaiada... do povo camponês,
Com machado abriu a cadeia da Manga,
Ultrapassando as portas da liberdade desta vez.

Liderou artesãos e escravos,
Pelas campinas do sertão ardente,
A espingarda bate-bucha a tira-colo,
Na sombra da coral pula a serpente.

O chiado da folha na floresta,
Avisa o legalista ao chegar!
O Balaio chegou! Confira a batucada ,
Chegou a hora, a hora de lutar!

Viva Raimundo Gomes, herói do povo
O panteon da história guarda suas verdades,
A luta é do povo e de todos nós...
Salve Raimundo Gomes vaqueiro da liberdade.


José Antonio Basto
- Em memória a figura emblemática do vaqueiro Raimundo Gomes – principal líder da insurreição dos balaios (Balaiada – 1838-1842)