segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

FAZENDA PALMIRA entre Barreirinhas e Urbano Santos: Uma página perdida da história dos ciclos das fazendas no Baixo Parnaíba Maranhense em meados do século XIX e início do século XX.


(imagem: J. A. Basto)
Quem viaja do povoado Boa União município de Urbano Santos ao povoado Jabuti município de Barreirinhas tem que passar pela histórica Fazenda Palmira. Um local onde percebe-se com clareza um ar de fazenda velha. Segundo informações dos moradores da região, o proprietário da Palmira era um senhor dono de escravos do final do século XIX, conhecido e afamado pela riqueza que tinha dono de grandes faixas de terras e animais, também foi condecorado com título de patente assim como a maioria dos fazendeiros daquela época. A economia da Palmira era baseada na fabricação de rapadura, cachaça de cana e algodão. No pátio da fazenda ainda tem muitas árvores antigas como mangueiras e um ipê centenário, além da capela onde guarda os restos mortais dos antigos donos da propriedade rural. A Fazenda Palmira ajuda a remontar os capítulos perdidos da história do Brasil no leste maranhense.

(Pesquisa: José Antônio Basto)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Meu amor!


  
Tu és minha amada!
A musa consagrada...
Razão do meu viver,
Ó flor do oriente!
Contigo sonho contente,
Ainda amo você.

Beija-me em solidão
Sossega meu coração
- Que te adora eternamente,
Ó adorável Julieta!
Minha alma estar inquieta
Teu Romeu está doente.

Amor! Sou teu herói...
Este sofrer me corrói,
No infinito da loucura,
Dancemos juntos ao mar,
A valsa do meu cantar
Na lira da amargura!

Meus versos são teus, amor!
Minha harpa tem mais valor
Quando é feita para ti -,
Este mundo é de nós dois,
Não deixe nada pra depois -
Venha amada! Estou aqui!

Chegue pra felicidade...
Porque morro de saudades
Como é imensa a dor!
Já perdi minha memória
Escrevendo nossa história,
A bela história de amor.
De amor! De amor!

Autor: José Antonio Basto
17/XII/2014


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Rio Mocambo: um passeio pela história


J. A. Basto - autor do texto
Num período da História do Brasil, em especial falando dos capítulos em que o Maranhão faz parte onde as forças legalistas do governo imperial tentava sufocar aqueles desprovidos de direitos que lutavam por um pedaço de terra e justiça social, (os insurretos da Guerra da Balaiada, 1838-1842 -, sendo seus líderes máximos: Raimundo Gomes, Francisco dos Anjos e o Negro Cosme. Vaqueiros, lavradores e artesãos, foram obrigados a pegar em armas para defender suas honras e anunciar um novo caminho rumo a liberdade.
Foi daí então que por volta de 1843, após a execução do último líder do movimento guerrilheiro, o Negro Cosme, que liderou inúmeros quilombolas na Região do Baixo Parnaíba, pois alguns revoltosos escapando da perseguição dos soldados vieram para as bandas de cá, montando suas trincheiras em barrocas nas margens do Rio Mocambo. Os primeiros acampamentos foram onde hoje está localizada a comunidade tradicional de Mocambinho, há alguns quilômetros da sede de Urbano Santos. Com o passar dos anos ainda em meados do século XIX, nasceu o vilarejo de “Mocambo” e em seguida Ponte Nova que depois foi emancipada em 10 de Junho de 1929 com o nome de Urbano Santos tendo como primeiro prefeito o Dr. Francisco das Chagas Araújo filho do Coronel José Antonio, homem de grande influência por sua patente doada pelo governo. Com toda essa trajetória pode-se perceber que a história da fundação de Urbano Santos está interligada com a do Rio Mocambo.  Ele nasce nos recantos de uma comunidade chamada Mocambinho como já foi citada, uma vazante repleta de buritizeiros e brejais, terreno arenoso e de difícil acesso. Recebeu esse nome devido ao processo de amocambamento dos balaios -, esta nomenclatura provém da língua africana “quimbundo” e significa “aldeamento ou esconderijo secreto – o mesmo que “Quilombo”.
Rio Mocambo cheio no inverno
O Rio mocambo é um afluente do Rio Munim, a partir de sua cabeceira ele desce cortando os povoados: Estiva da Josefa, Bráz, Rumo, Vertente de Baixo, Siricora, Lázaro, Salomão e continua pela sede da cidade pelo Bairro da Graça passando pelo Bairro Fazenda, seguindo em frente correndo por outros povoados: Porto Velho I e II, Escuta, Pequi, Olho D`água, São José e por fim desemboca no Rio Preto na comunidade Sapucaia. Hoje em dia o mocambo vem sofrendo com a poluição causada por grandes quantidades de lixo jogados pela população em seu leito. No inicio da década de 20, o Mocambo servia para o tráfego fluvial de mercadorias (farinha, milho, tapioca, rapadura, tiquira, cachaça de cana e outros gêneros de nosso município), eram embarcadas através de lanchas e canoas, saindo da sede, caindo no Rio Preto e seguindo para a Região do Munin para a comercialização. 
criança banhando no rio
Algumas atividades de cunho social já foram feitas para amenizar o lixo no rio, como as ações sociais de limpezas organizadas pela antiga ONG Entrerrios. O Rio Mocambo inspirou o autor do nosso Hino Municipal, o Pe. José Antonio de Magalhães Monteiro, no trecho que diz “Rio Mocambo de lutas gloriosas/ Em que heróis desejaram a liberdade”.” Já foi tema também de telas (pinturas) e poemas de filhos da terra. O Rio Mocambo é responsável em grande parte pela economia de nossa população. As novas gerações precisam conscientizar-se que o Rio Mocambo é fundamental para a sobrevivência de nossa gente no abastecimento de água e sobretudo nos antecedentes que ajudam a compor uma página importante da história do Maranhão e do Brasil.

(José Antonio Basto)                              
Urbano Santos-MA, 16/12/2014
- Poeta e pesquisador
Email: (98) 98890-4162

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014


"amor - , maior virtude."
Tu sofres como sofro de saudades?
                    (soneto)

Há tempos meu ser implora...
Para juntos vivermos em sensação
Cânticos desse amor absoluto,
Que revive em meu louco coração.

Meus versos corre a natureza,
Ouvindo tua voz... uma canção,
Adormeço em teus beijos de ternura
                                                              E juntos degustamos a tentação.

Mas triste fico ao saber que estás longe,
E não sei como meus dias vão ficar
Só sei que esta chama em meu peito arde!

E só em tua alma posso confiar,
Desperto-me desse sonho tão real
Com a certeza de que para sempre irei te amar!

José Antonio Basto

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O conflito de São Bento: trabalhadores rurais em defesa da terra.


sonhos se realizam com batalhas
A Associação dos Produtores Rurais do Povoado Guaribas I- São Bento no município de Urbano Santos-MA, entrou com um pedido de arrecadação fundiária no ITERMA de 551 hectares, uma região de matas e chapadas. Pois desde muitas décadas que os camponeses moram e trabalham na área, a partir do momento em a associação decidiu lutar pela posse da terra a entidade passou a ser uma pedra no sapato dos latifundiários vizinhos. Sr. Pedro, liderança local, disse que a associação não vai parar de lutar pela posse da terra e muito menos desistir de batalhar por esta causa justa e de direito.
A história do São Bento nos faz refletir sobre o processo hierárquico de famílias tradicionais que por lá viveram e continuam vivendo da exploração da mão de obra dos trabalhadores (as) rurais. Estas famílias se apropriaram de grandes faixas de terras desde muito tempo, com o apoio de antigos gestores e o laço de amizade com pessoas que trabalhavam em cartórios, estes proprietários se aproveitaram da situação para grilar as áreas. Desenvolvendo-se a partir de então uma política suja de intimidação para quem desafiasse o sistema. Os agregados moradores da comunidade submetiam-se à condecorações e respeito extremo aos senhores em situações de apradinhagem, estes portanto mesmo sendo os grandes causadores de uma problemática que até hoje se arrasta. “O plano para Reforma Agrária” -, tendo como pano de fumo o nosso tão sonhado “PROJETO ALTERNATIVO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO”. O grande entrave enfrentado até hoje para a associação é a questão do proprietário mais influente que leva seu sobrenome ao lugar e, que não quer reconhecer a luta dos lavradores que serve não apenas para os membros moradores filiados, mas também para as futuras gerações. Os trabalhadores rurais de São Bento precisam da terra para plantar, cultivar e colher... a Reforma Agrária só funciona assim, em muitos casos nem que chegue-se ao extremo para o conflito corporal ou armado. Do que vale um proprietário ter imensas quantidades de terras improdutivas, sendo que a demanda de desempregados ainda é absurda! Muitos jovens que estão sem trabalho poderiam estar estudando esse ponto, uma vez que hoje são tantos os projetos para a zona rural. Uma situação preocupante é o conhecido desvio de dinheiro, os projetos que desce do escalão muitas das vezes não são aplicados nos devidos lugares corretos. É do saber de todos que fazem direitos humanos que quaisquer associação é livre para caminhar com seus próprios pés. Nossa orientação é que os camponeses principalmente os que estão a frente não devem confiar de maneira algumas em conversas de latifúndios, que seja guiados pelas suas próprias lideranças e não aguardem ninguém para começar suas resistências. A associação é livre e independente, pode entrar em convenio com os órgãos competentes federais e estaduais para elaboração e acesso de projetos.
a luta é o caminho
São Bento, deve reconhecer estes pontos que anunciam uma outra história sem exploradores e explorados. A terra é de quem mora e produz nela, a terra é devoluta do estado onde a associação tomará posse um dia, fundar um assentamento para as famílias que sobrevive há muitos e muitos anos do sistema de agricultura familiar. Mas este sonho da associação que se reproduz em tantas pessoas vai sim se realizar, mas não apenas com o empenho apenas dos cabeças que puxam a carruagem do sistema burocrático, mas que isso seja através de uma tarefa coletiva para o bem de todos e todas na LEI OU NA MARRA -, como já dizia a palavra de ordem das famosas Ligas Camponeses de Francisco Julião na década de 60, os trabalhadores são os donos de seus próprios destinos. Com isso percebemos mais uma vez que o jovem guerrilheiro Hernesto Che Guevara estava certo quando afirmou que “A reforma agrária radical é a única forma de dá a terra aos camponeses”. Avante companheiros de São Bento nesta luta renhida até o fim!

(José Antonio Basto)
-Militante dos Direitos Humanos / Baixo Parnaíba-MA.
(email: bastosandero65@gmail.com) – Cel. (98) 98890-4162