segunda-feira, 17 de outubro de 2016

O cerrado lutava... algum dia não mais lutara! Continua Lutando

     Algum dia o tempo passava pelas veredas do sertão do Baixo Parnaíba, no Maranhão, nos mais longínquos terrenos, nas chapadas centenárias de um povo que sabe de onde veio e para onde vai; gravou-se então um capítulo importante da história de conflitos, desavenças fundiárias pela posse da terra. A região ficava entre duas comunidades amigas que entre si tinham o senso comum dos tempos de guerras. As lutas do cerrado são as lutas pela sobrevivência onde o mais forte sempre vence; mas a coletividade sempre venceu quaisquer batalhas – desafiando sistemas e ocupando territórios de direito, porque as bandeiras e estandartes sombreiam os caminhos dos oprimidos!
     O cerrado lutava por um novo tempo, mesmo sem falar - sentia o gosto do fel em sua garganta por tantos desacatos à sua natureza, reivindicava em seu campo a chuva que há muito tempo não a via. Ela falava e cantava, rangia os dentes sobre o vento que levava seu canto matinal. Os frutos que botara em outros tempos já não tem o mesmo sabor dos tempos certo.
     O cerrado lutava como guerreiro de combate, sonhava também com novos tempos de esperança; cansado pensou de não lutar mais. Alguém os ajuda, as leis... papéis, decretos... a fumaça da pólvora! Em fim, gritou![...] Em um mundo infinito pelas veredas da justiça, baixões, chapadas e brejos. O cerrado lutava... algum dia não mais lutara! Continua lutando.


José Antonio Basto 

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