segunda-feira, 1 de junho de 2015

CARVOARIA DE EMPRESA EMPREITEIRA NAS IMEDIAÇÕES DA COMUNIDADE RURAL DE CENTRO SECO – URBANO SANTOS, BAIXO PARNAÍBA MARANHENSE

carvoaria - Pov. Centro Seco - U.S // imagem: J.A. Basto

As carvoarias são ameaças à vida, ao trabalho social, fauna e flora das comunidades rurais do Baixo Parnaíba Maranhense. O veneno da fumaça adentra mato a fora expulsando os animais silvestres que dependem diretamente das florestas e atingindo sobretudo a saúde das pessoas que moram nos povoados. Soma-se a problemática os vários casos de maltrato aos humildes trabalhadores rurais assalariados que operam o serviço braçal em atividades parecidas com trabalho escravo, os peões entram nos fornos de carvão ainda pisando em brasa sem proteções adequadas no ofício desumano, às vezes sem nenhuma orientação de técnicos de segurança, eles fazem a seu modo para sobreviver - se sobreviver por alguns tempos. As baterias de carvão espalhadas pelo Baixo Parnaíba – em especial no município de Urbano Santos não passam de desacato aos direitos humanos e da vida, nos Povoados de Urbano Santos: Jacú, Joaninha e Araras elas foram instaladas em plena chapada aberta, nessas áreas a natureza foi totalmente destruída pelos correntões que sem dó extraem violentamente as espécies do cerrado para serem transformadas em carvão vegetal: bacurizeiros, pequizeiros, candeias, babatimão, faveiras, guabiraba, janaguba, folha larga, pitomba de leite, mororó e muitos outros tipos raros das chapadas  viraram carvão. Depois disso os campos foram substituídos por mudas de eucaliptos gerando então um outro grande problema para a biodiversidade e para a vida social das comunidades. As chapadas do Baixo Parnaíba merecem mais respeito, mais atenção dos órgãos competentes e dos movimentos sociais que parecem adormecidos; saibam leitores que sem a natureza não podemos viver, sem o cerrado de pé não existe mais chuvas -, pois estamos vivendo essa experiência difícil, efeito natural causado pelo impacto ambiental. Leonardo Boff, teólogo e ecologista, pai da Teologia da Libertação alertou em seus escritos agora muito pouco tempo atrás sobre as relações climáticas dizendo que “A natureza limitada não aguenta um projeto de destruição ilimitado”. Estamos ainda no mês de maio, em pleno inverno mas as chuvas estão escassas e os rios a cada dia secando e expirando completamente como é o caso do Rio Boa Hora. Como vai ser daqui a 30 anos, como será a realidade vivida pelos nossos filhos e netos nesse tempo? Será que nessa época ainda existirá os poucos exemplos de reservas biológicas que restam, será que nesse tempo as pessoas ainda poderão tomar suco de bacuri? O capitalismo selvagem só visa lucros e lucros, não está nem aí com o futuro da humanidade, usufrui do poderio econômico e artes manhas políticas para assim atingir seus objetivos sem a mínima atenção para quem está sofrendo ou não com seu legado de destruição e violência. O território do Baixo Parnaíba, em nome de suas comunidades tradicionais, esperam um outro mundo possível com igualdade e solidariedade,  aguardamos isso com ansiedade que o sonho não possa ser utópico, ilusão... pois vivemos essa realidade na pele... no dia- a- dia e afirmamos que infelizmente as coisas a cada momento que passa vem ficando mais pior do que está. Abaixo o impacto ambiental e social e a violência no campo do Baixo Parnaíba. Essa causa não é uma questão só minha, nem sua, ela é de todos nós!

José Antonio Basto
militante dos direitos humanos
bastosandero65@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário