terça-feira, 24 de março de 2015

Lamento do cerrado


Estou morrendo com sede,
Meus rios estão secando,
Pássaros já não voam mais
Terra e água é só veneno!
Que desgraça! Essa situação
Em que me colocaram,
Meu povo chora com fome
Porque o agronegócio não nos
Oferece nada... nada!
A miséria é demais!
As grotas e lagoas não tem mais peixes,
Os rios nem se falam!
Cadê o tatu das chapadas?
Cadê o peba e a cotia?
Cadê os bacuris e pequis?
Cadê a mangaba?
Cadê toda fauna e flora?
Tudo desapareceu!
Os correntões levaram, devastaram...
Não vejo mais nada, nada vejo...
Minha natureza em tempos de outrora,
Nessa louca alucinação
E ganancia pelos lucros
De expropriação das terras
Com o eucalipto e a soja aqui no Baixo Parnaíba
Infelizmente parece que
Todo mundo vai morrer a míngua
Na verdade não parece... é pura realidade mesmo,
No mesmo campo haveremos de expirar
Porque está faltando água para todo mundo
Aqui e em lugares distantes
As doenças crescem a cada dia
A biodegradação também
Em seu além-mar...
Não consigo respirar!
Em meio a todo esse processo
De destruição e avassalação da vida;
De desacato aos direitos humanos...
De impacto ambiental
Sem respeito a biodiversidade
E a ecologia...
Precisamos acordar,
Entender e sobretudo sonhar
Nesse grito que ecoa
De que UM OUTRO MUNDO SERÁ POSSÍVEL!

José Antonio Basto
- Nas palavras do cerrado do Baixo Paraíba Maranhense


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